Manaus, Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Em treinamento do GEASE médicos veterinários da ADAF simulam foco de aftosa no Amazonas

16:41 - 10/05/2018


 

Nesta quinta-feira (10/05), em treinamento do Grupo Especial de Atenção a Suspeita de Enfermidades Emergenciais (GEASE), médicos veterinários da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), órgão integrante do Sistema Sepror, vivenciaram uma simulação prática em um ambiente virtual, no qual foi deflagrada uma emergência sanitária de ocorrência de um foco de febre aftosa no estado do Amazonas.

O treinamento foi dividido em quatro grupos. Cada grupo teve que adotar medidas necessárias para combater, controlar e erradicar a doença. Além de identificar e descobrir aonde poderia ter ocorrido o foco no estado do Amazonas.  A simulação executada com práticas reais serão publicadas no site da Organização Mundial Sanidade Animal (OIE).

Simulação- Durante a simulação técnicos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO/MT) e da superintendência federal de Agricultura do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, teatralizaram como uma equipe de reportagem através de jornalistas, questionando como seriam as medidas tomadas do órgão de defesa agropecuária, afim de observar se estavam preparados para se posicionar e esclarecer para a população os malefícios da doença, o que causaria para o impacto econômico no Estado do Amazonas e para os produtores rurais.

“Dividimos as equipes em grupos e eles vão discutindo as ações que eles precisam tomar e tiram dúvidas com a gente e, isso força eles terem um raciocínio epidemiológico que é o nosso objetivo final”, comentou Gabriel Torres da Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP).

De acordo com Torres, esta metodologia adotada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é utilizada há alguns anos em diversos estados. Pelo menos três a quatro vezes ao ano esses simulados acontecem no Brasil a fora.

“Na última semana outra equipe de profissionais do Mapa esteve em Piaui. Essa metodologia já foi padronizada para que todos os estados da federação brasileira para que trabalhem dessa forma, pois traz resultados satisfatórios”, comentou Torres.

Para a médica veterinária da Adaf, Gigliola Pontes, a metodologia aplicada tentou identificar possíveis falhas e de que forma as medidas deveriam ser tomadas. “Precisamos estar prontos para se caso acontecer, o que esperamos que não aconteça um foco de aftosa, é que a gente entenda quais as ações devem ser tomadas, as situações que precisam ser determinadas, a qualificação dos profissionais e as determinações de campo e de escritório”, comentou Pontes.

Gigliola reforçou ainda sobre os trabalhos de campo. “Toda a parte burocrática e de ações de campo é que devem ser mais preparadas e qualificadas para a detecção e ação propriamente dita, para que a gente não cometa falhas que possa colocar em risco o questionamento das nossas ações nesse foco de doença de febre aftosa”, comentou.

Pontes, avalia a metodologia como criativa, interessante e bem produtiva. “Eu como profissional me apaixonei pelo caso clínico, por que é uma coisa que eu amo fazer, que é investigação epidemiológica e, acaba sendo um pouco a necessidade do profissional, o treinamento, de colocar a cabeça para funcionar através do inquérito epidemiológico de perguntar e de suscitar essas necessidades”, destacou.

Sobre o Gease: O treinamento faz parte do projeto de fortalecimento das ações de defesa sanitária do Governo do Amazonas, por meio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), buscando atender as recomendações do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O Gease se constitui como um grupo de médicos veterinários, que atuam como uma equipe de emergência, em caráter permanente, com a implementação de medidas que evitam a difusão dos agentes causadores de enfermidades, eliminando-as em menor espaço de tempo, minimizando os prejuízos econômicos decorrentes e protegendo o patrimônio pecuário do Estado e nacional.

Em 2016, o GEASE também foi realizado no Amazonas, onde 60 médicos veterinários da Adaf foram capacitados por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa do Rio de Janeiro (PANAFTOSA-RJ) para a aplicação do Plano de Contingência para a Febre Aftosa e identificação e notificação de doenças vesiculares.  Em campo eles também executaram um simulado e fizeram a avaliação do gado coletando amostras de sangue, saliva e identificando possíveis lesões nos animais.

Último foco de aftosa-último foco de febre aftosa foi registrado no Estado em 2004, no município de Careiro da Várzea (a 19 quilômetros de Manaus), resultando na restrição de importações de carne por vários países. A restrição trouxe prejuízos econômicos, com a proibição do trânsito e comércio de animais, produtos e subprodutos, afetando inúmeras famílias e comunidades rurais que vivem da atividade.