Com o objetivo de treinar os médicos veterinários que atuam no sistema de defesa sanitária animal do Amazonas, a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), órgão vinculado à Secretaria de Produção Rural (Sepror), iniciou, nesta segunda-feira (02/07), a capacitação em vigilância epidemiológica para Peste Suína Clássica (PSC). O treinamento segue até o dia 5 de julho (quinta-feira) e faz parte das diretrizes do Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Durante os dois primeiros dias, os médicos veterinários terão palestras relacionadas aos procedimentos para vigilância de doenças hemorrágicas, teoria dos métodos de sacrifício, necropsia, colheita e envio de amostras, além do atendimento à notificação de suspeita de síndrome hemorrágica dos suínos.

Fortalecimento da suinocultura- De acordo com o diretor-presidente da Adaf, Sergio Muniz, a capacitação vem para intensificar o fortalecimento da suinocultura do Amazonas para que seja realizada com eficácia as ações de defesa sanitária animal, como vem sendo executado através da atuação de controle e erradicação da febre aftosa no Estado, além de contribuir com o mercado nacional e internacional.

“Estamos trabalhando para que a suinocultura do Estado tenha valor agregado e saia da informalidade e contribuir com os outros estados produtores e exportadores da carne suína e garantirmos o reconhecimento do estado e do Brasil como livre da peste suína”, comentou Sergio Muniz.

Para o palestrante e auditor fiscal agropecuário do Mapa, Guilherme Takeda esse projeto da peste suína clássica contempla 11 estados do Brasil, entre eles das regiões do nordeste e norte do País: Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí, Pará, Amapá, Roraima e Amazonas.

As atividades do PNSS estão direcionadas para a prevenção de doenças, para o reconhecimento, manutenção e ampliação de zonas livres de doenças e na certificação, além do monitoramento de granjas de reprodutores suídeos (GRSC).

“Esse treinamento visa capacitar os médicos veterinários do Amazonas, na identificação, na colheita de material, necropsia e envio de material para diagnóstico da peste suína clássica e, esse projeto tem importância econômica para o Brasil e, é importante que os colegas da Adaf estejam capacitados para identificar e agir em casos de suspeita da doença”, comentou Guilherme Takeda.

Classificação da doença- Atualmente, os estados que compõem as regiões norte e nordeste estão classificados como risco desconhecido para a peste suína clássica. No Amazonas, a previsão para a realização do inquérito epidemiológico da doença vai iniciar a partir de 2019.

Para o diagnóstico serão colhidas amostras de algumas propriedades que possuem suínos para subsistências que servirão para o processo de análise da doença no Estado.

A previsão para que o Amazonas seja reconhecido nacionalmente pelo Mapa é até 2023 e, o reconhecimento internacional em 2025 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Prática- Ao todo, 30 médicos veterinários da Adaf participam da capacitação. Na quarta-feira (04/07) será realizada a parte prática em uma propriedade rural, localizada no município de Rio Preto da Eva. Durante a atividade, os médicos veterinários realizarão a coleta de sangue em suínos, incluindo todas as etapas, como contenção do animal, prática de necropsia, colheita do material e envio de material para diagnóstico.

De acordo com o órgão de defesa, essa propriedade rural foi escolhida por possuir uma granja de suíno e por ter em seu perímetro um abatedouro de suínos que possui o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), apto para a realização de necropsias.

Produção – O Amazonas possui 37.694 suídeos. Esse número pode ser alterado, pois está sendo realizado um levantamento pelo órgão de defesa. Dos municípios do Estado,  Rio Preto da Eva é o que possui o maior plantel de suínos com mais de 4 mil animais. Em seguida, Apuí com 3.340 e a capital Manaus, com 2.233.

Sobre a doença – A peste suína clássica é uma doença que acomete suínos e javalis, sendo altamente contagiosa, e é caracterizada por febre alta, lesões avermelhadas na pele e alta mortalidade.