Manaus, Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Nova coleta sorológica será realizada em rebanho de 12 municípios no Amazonas

13:30 - 18/05/2017

Uma nova coleta sorológica será realizada no rebanho de bovinos e bubalinos com idades entre seis e 24 meses, de 11 municípios do Amazonas a partir da próxima segunda-feira, dia 22. O estudo iniciado no mês passado faz parte do processo para a conquista da certificação do Estado como área livre de febre. O trabalho é executado pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), órgão integrante do Sistema Sepror, com o apoio do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A coleta de soro servirá para avaliar, através de técnicas sorológicas, a inexistência da circulação viral da doença no Estado. De acordo com a médica veterinária e gerente de Defesa Animal da Adaf, Joelma Silva, esta é uma segunda coleta frente ao teste sorológico já realizado este mês em 62 propriedades de 41 municípios do Estado. Esta coleta sanguínea iniciou no dia 16 de março e encerrou no dia 8 de abril. Agora a partir desse resultado obtido esta semana pela análise do Laboratório Nacional Agropecuário do Pará (Lanargo), um dos laboratórios oficiais do Mapa na região Norte, o Amazonas realizará essa nova coleta em 16 propriedades de 12 municípios: Apuí, Benjamim Constant, Beruri, Caapiranga, Canutama, Carauari, Careiro, Envira, Humaitá, Itacoatiara, Manicoré e Novo Aripuanã.

“Anteriormente foi coletado o soro e enviado para o laboratório e recebemos o resultado esta semana, onde obtivemos reações nos animais, então quando tem algum tipo de reação frente aos testes sorológicos é solicitado uma segunda coleta de soro novamente para confirmar se tem uma reação ou não”, explica.

Segundo a veterinária nas propriedades dos 41 municípios foram coletadas 1.342 amostras de sangue entre bubalinos e bovinos de 62 propriedades do Estado. “Desses 41 municípios ficou esses 12 para recoleta de soro pela segunda vez. O restante foi liberado. A recoleta será realizada em 16 propriedades”, explica.

A médica ressalta que essa reação ocorrida nessas 12 propriedades é normal devido os animais terem recebido as doses de vacina contra a febre aftosa, caso tenha o vírus circulante, os sintomas se manifesta dentro de 14 dias, por isso é exigido que se faça a recoleta, que pode ser feita  a partir  de 15 dias após a  primeira coleta. Esta segunda fase da coleta de soro é um procedimento padrão que deve ser realizado sempre que ocorrem reações sorológicas. “Não necessariamente quer dizer que se tenha o vírus circulante. Pode ser uma reação imuno vacinal devido as quantidades de vacinas que o animal recebeu. Por isso vamos iniciar a segunda fase que é a coleta pareada que não é em todos os municípios, somente nos doze que deram algum tipo de reação, explicou.

Estudo apurado foi feito em 2016

Em 2016, segundo a médica veterinária, o mesmo estudo sorológico foi realizado em todo o Estado, excluindo os municípios com certificação de área livre com vacinação: Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e Sul de Canutama. Na época, os testes já mostravam que não havia a circulação do vírus no rebanho. A nova coleta sanguínea que será realizada, de acordo com Joelma, atende aos requisitos da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), na qual o Estado pleiteia a certificação de área livre de aftosa com vacinação para todo o Amazonas.

“Ou seja, essa nova coleta será um embasamento maior e faz parte da auditoria do Mapa, que não é só técnico e nem de suposições, esse estudo vai contribuir para essa fase que o Amazonas pleiteia, o status livre de febre aftosa com vacinação”, comentou

Joelma explica, ainda que a auditoria realizada pelo Mapa avalia , além do resultado sorológico, um conjunto de ações de defesa sanitária animal. As campanhas de vacinação, os índices vacinais, a vigilância ativa nas regiões de maiores riscos, o controle do trânsito animal, as barreiras de vigilância, os recursos humanos e a estrutura física da Adaf, que hoje conta com 51 escritórios no interior, também são avaliados. Atualmente, o Amazonas possui 1.136.232 bovinos e 74.277 bubalinos, totalizando um rebanho de 1.210.509 cabeças. A cobertura vacinal, segundo dados da agência, atinge de 92% a 95% do rebanho.

Os postos das Barreiras Sanitárias da Adaf funcionam em pontos estratégicos dentro do Amazonas com foco nos municípios que fazem divisa com outros estados: Parintins (Pará), Presidente Figueiredo (Roraima), Humaitá (Rondônia) e Boca do Acre (Acre), que atua com a fiscalização volante. Além de barreiras em municípios com fronteiras territoriais, existem barreiras em rodovias. No km 126 da BR174 (Manaus-Roraima), no município de Presidente Figueiredo, o trabalho dos técnicos agropecuários da Adaf tem sido intensificado.

 “Amazonas sem Aftosa” – Uma das principais ações para a erradicação da febre aftosa no Estado é a vacinação do rebanho. O Governo atua durante o ano com duas etapas da campanha de vacinação que abrange os 62 municípios. A primeira etapa da campanha encerra no dia 15 deste mês, na qual os produtores de 41 municípios devem notificar a vacinação do rebanho. A segunda etapa, que iniciou no dia primeiro em 21 municípios, segue até o final do mês.

Área de médio risco

O Amazonas hoje é considerado médio risco para febre aftosa, segundo classificação do Mapa tendo atualmente quatro municípios com status sanitário livre de aftosa com vacinação reconhecido internacionalmente: Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e Sul de Canutama.

Com exceção do Amazonas e Amapá, que aguardam finalização de auditória do Mapa, o restante do país é livre com vacinação e somente o estado de Santa Catarina é livre sem vacinação. Roraima recentemente obteve o reconhecimento nacional de área livre da doença.

Sobre a doença – A febre aftosa é uma doença causada por um vírus altamente contagioso, que acomete bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e outros animais de cascos fendidos.

 

FOTOS: DIVULGAÇÃO/SEPROR