Rebanho do AM passa por estudo sorológico para atestar erradicação da febre aftosa
O Amazonas dá mais um passo para a conquista da certificação de área livre de febre aftosa com a realização do estudo sorológico em animais – bovinos e bubalinos entre seis e 24 meses – de 41 municípios. O material coletado servirá para avaliar, através de técnicas sorológicas, a inexistência da circulação viral da doença no Estado. O trabalho é realizado pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), órgão integrante do Sistema Sepror, com o apoio do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
De acordo com a médica veterinária e gerente de Defesa Animal da Adaf, Joelma Silva, o Governo do Amazonas, por meio da campanha “Amazonas sem Aftosa”, tem realizado diversas ações de defesa sanitária animal para garantir a erradicação da doença no Estado, que foi detectada pela última vez há 13 anos. As ações seguem, ainda, as diretrizes do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) do Mapa.
Em 2016, segundo a médica veterinária, o mesmo estudo sorológico foi realizado em todo o Estado, excluindo os municípios com certificação de área livre com vacinação – Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e Sul de Canutama. Na época, os testes já mostravam que não havia a circulação do vírus no rebanho. O novo estudo sorológico realizado este mês, de acordo com Joelma, atende aos requisitos da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), na qual o Estado pleiteia a certificação de área livre de aftosa com vacinação para todo o Amazonas.
“Além de não termos casos da doença há 13 anos, o último teste sorológico trouxe resultados positivos e não detectou a circulação do vírus em nosso rebanho. O novo estudo realizado em animais de 41 municípios vai compor o relatório da auditoria que está sendo realizada pelo Mapa. O mesmo estudo complementar foi feito nos estados de Roraima, Amapá e na zona de proteção do Pará”, explicou.
A coleta sanguínea iniciou no dia 16 de março e encerrou no dia 8 de abril. De acordo com Joelma, foram coletadas 1.342 amostras de sangue entre bubalinos e bovinos de 62 propriedades do Estado. O material coletado encaminhado para análise no Laboratório Nacional Agropecuário do Pará (Lanagro), um dos laboratórios oficiais do Mapa da região Norte.
A médica veterinária explica, ainda, que a auditoria avalia, além do resultado sorológico, um conjunto de ações de defesa sanitária animal. As campanhas de vacinação, os índices vacinais, a vigilância ativa nas regiões de maiores riscos, o controle do trânsito animal, as barreiras de vigilância, os recursos humanos e a estrutura física da Adaf, que hoje conta com 51 escritórios no interior, também são avaliados. Atualmente, o Amazonas possui 1.136.232 bovinos e 74.277 bubalinos, totalizando um rebanho de 1.210.509 cabeças. A cobertura vacinal, segundo dados da agência, atinge de 92% a 95% do rebanho.
“Amazonas sem Aftosa”
Uma das principais ações para a erradicação da febre aftosa no Estado é a vacinação do rebanho. O Governo atua durante o ano com duas etapas da campanha de vacinação que abrange os 62 municípios. A primeira etapa da campanha encerra no dia 15 deste mês, na qual os produtores de 41 municípios devem notificar a vacinação do rebanho. A segunda etapa, que iniciou no dia primeiro em 21 municípios, segue até o final do mês.
Área de médio risco
O Amazonas hoje é considerado médio risco para febre aftosa, segundo classificação do Mapa tendo atualmente quatro municípios com status sanitário livre de aftosa com vacinação reconhecido internacionalmente: Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e Sul de Canutama.
Com exceção do Amazonas e Amapá, que aguardam finalização de auditória do Mapa, o restante do país é livre com vacinação e somente o estado de Santa Catarina é livre sem vacinação. Roraima recentemente obteve o reconhecimento nacional de área livre da doença.
Sobre a doença
A febre aftosa é uma doença causada por um vírus altamente contagioso, que acomete bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e outros animais de cascos fendidos.