Pecuária amazonense é reconhecida internacionalmente como livre de aftosa com vacinação
O rebanho do Amazonas e todo o território brasileiro foram reconhecidos internacionalmente como zona livre de febre aftosa com vacinação através da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), nesta quinta-feira (24), em Paris. Durante a 86ª Sessão Geral da Assembleia Mundial da OIE, o Brasil recebeu o certificado internacional de zona livre de febre aftosa com vacinação, contemplando os estados do Amazonas, Amapá, Roraima e Pará, únicos estados que restavam para que o pais alcançasse toda a extensão territorial livre da doença.
Representantes do Amazonas– O secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), José Aparecido dos Santos e o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF) e o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária no Amazonas (FAEA), Muni Lourenço representaram o Amazonas no evento mundial de sanidade animal que reuniu 181 países integrantes da OIE.
Para o secretário da Sepror, José Aparecido dos Santos a pecuária do Amazonas após o reconhecimento alcançará novos mercados e essa vitória é a resposta de todos os compromissos assumidos pelo Governo do Amazonas durante esses sete meses. “Agora estamos inseridos na pecuária nacional e internacional. Essa conquista nos possibilita alancarmos vários negócios no Brasil ou fora do país, isto graças a confiança do MAPA e a da OIE em oportunizar ao Amazonas essa vitória de mais de 60 anos”, comentou José Aparecido dos Santos.
Comercialização- De acordo com o diretor-presidente da ADAF, Sergio Muniz toda carne e produtos derivados dos rebanhos bovino e bubalino produzidos no Amazonas terão a possibilidade de serem comercializados em todo território nacional e internacional. “Este reconhecimento representa o esforço de todas as ações efetivas da equipe técnica da ADAF, IDAM e SFA/MAPA, das prefeituras municipais, associações, pecuaristas e o setor privado, onde conseguimos posicionar o serviço veterinário do Amazonas, a sanidade, e qualidade da nossa carne ao nível de um dos maiores países exportadores de carne que é o Brasil”, comentou o diretor-presidente da ADAF, Sergio Muniz.
Atualmente o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo somando 218,7 milhões de cabeças de bovinos e búfalos. Além de ser o maior exportador de carne com vendas para mais de 140 países. No Amazonas 1,3 milhões representam o rebanho local com a perspectiva de aumentar nos próximos cinco anos para 2 milhões.
Para o presidente da FAEA, Muni Lourenço, o reconhecimento representa um momento histórico para a pecuária amazonense. “É um divisor de águas para nossa pecuária, que está de parabéns todos os pecuaristas do Amazonas. É uma grande honra estar representado toda a nossa classe aqui na França recebendo o reconhecimento internacional. Foram anos de isolamento e agora nós vamos ter um horizonte extremamente promissor de melhoramento genético, a valorização da nossa cadeia produtiva, mais renda para os 80 mil pecuaristas do Amazonas ”, comentou Muni Lourenço.
Primeiras regiões reconhecidas- Ainda segundo o diretor-presidente, Sergio Muniz, o Amazonas é reconhecido nacionalmente como zona livre de febre aftosa desde o fim de 2017. As primeiras regiões do Amazonas incluídas como zona livre de febre aftosa reconhecidas internacionalmente desde 2005, até então eram somente os municípios de Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e o Sul de Canutama. Boca do Acre, por exemplo é o maior produtor de carne bovina do Estado do Amazonas.
Estudo sorológico- Em 2014, o Amazonas deu início ao estudo sorológico para a avaliação da circulação viral da doença, complementando com alguns municípios no início de 2017, excluindo exceto os municípios com certificação de área livre com vacinação – Boca do Acre, Guajará, Sul de Lábrea e Sul de Canutama. Mais de 18 mil amostras sorológica entre bovinos e bubalinos foram coletadas em cerca de 900 propriedades rurais do Estado para verificar a inexistência do vírus em 57 municípios do Amazonas.
Além do estudo sorológico fazer parte da auditoria para o Amazonas conquistar o status livre de aftosa, as campanhas de vacinação, os índices vacinais, a vigilância ativa nas regiões de maiores riscos, o controle do trânsito animal, as barreiras de vigilância, os recursos humanos do órgão, a estruturação de alguns escritórios da ADAF passaram por avaliação também. A ADAF atualmente possui 48 escritórios no interior do Amazonas.
“Toda essa conquista representa o trabalho de muito tempo de colegas onde muitos já se foram, e os profissionais que ainda estão com a gente. Isso significa a importância do trabalho de todos eles em permitir a segurança para que o Estado possa ser respeitado com o serviço oficial de defesa e também que dê a confiança ao Brasil, aos nossos pecuaristas e do trabalho que estar sendo executados”, destacou o diretor da ADAF.
Reconhecimento- Para todo o Amazonas e os pecuaristas, o reconhecimento garante o aumento e a valorização da arroba do boi e do litro de leite em até 30%, além de abrir as portas para a comercialização de animais e produtos de origem animal para outros estados e países.
Calendário de vacinação- Sergio reforça ainda que mesmo com o reconhecimento do Estado, o calendário de vacinação segue normalmente neste ano enquanto não inicia o Plano Estratégico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Febre a Aftosa (PNEFA), que prevê a retirada da vacina até 2023 em todo o país.
No Amazonas, o calendário de vacinação está dividido em duas etapas. Em 41 municípios que compõem, a Calha do Rio Amazonas, são vacinados bovinos e búfalos nos períodos de 15/03 a 30/04 e de 15/07 a 31/08. Já em 21 municípios, o calendário de vacinação ocorre nos meses de maio e novembro.