Governo do Estado, por meio da Adaf, atua no combate à monilíase do cacaueiro
A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), do Governo do Amazonas, participa da elaboração de um plano de combate à monilíase do cacaueiro, praga causada pelo fungo Moniliophthora roreri. No mês passado, um foco da praga foi detectado em área residencial urbana de Cruzeiro do Sul, município no interior do Acre, e uma força-tarefa foi montada para avaliar a ocorrência do foco. Nesta sexta-feira (06/06), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Portaria nº 249, declarando estado de emergência fitossanitária para a praga nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
A declaração visa reforçar as medidas de prevenção e evitar a dispersão da praga para as áreas de cultivo de cacau e cupuaçu. O estado de emergência será de um ano. Os estados do Amazonas e Rondônia foram incluídos na declaração por fazerem fronteira com o Acre.
A força-tarefa é composta por técnicos do Mapa, da Adaf e das agências de defesa agropecuária do Acre (Idaf/AC), de Rondônia (Idaron/RO), do Espírito Santo (Idaf/ES) e do Amapá (Diagro/AP), além de técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Brasília (UnB) e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Como uma medida cautelar, na quinta-feira (05/08) o Mapa declarou o estado do Acre como “área sob quarentena” para prover um maior suporte para as ações de fiscalização do trânsito de vegetais, executadas pelas agências estaduais de Defesa Agropecuária.
Ações – Conforme previsto na Portaria, nos próximos dias será publicado um ato complementar com o detalhamento das medidas a serem adotadas em cada estado, conforme o nível de risco e particularidades de cada, podendo englobar ações específicas relacionadas à fiscalização do trânsito de plantas hospedeiras e ao manejo preventivo da praga em áreas produtivas, campanhas de educação fitossanitária, mapeamento e eliminação de plantas, entre outras.
“Esta é uma medida que demonstra o reconhecimento oficial da importância do tema por parte do Ministério da Agricultura e permite uma maior mobilização de instituições públicas e privadas, de forma coordenada, em função dos prejuízos potenciais que uma determinada praga ou doença pode causar às cadeias produtivas em nível nacional”, destaca a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, do Mapa, Graciane de Castro.
Durante a vigência do estado de emergência, todas as ações necessárias à erradicação da praga e que evitem sua disseminação para as áreas produtivas poderão ser adotadas com maior agilidade tanto em nível federal quanto estadual. “O objetivo do Mapa é o de conseguir erradicá-la na maior brevidade possível, enquanto ainda se encontra em uma área restrita do país”, explica Graciane.
Desde a confirmação da ocorrência da praga equipes compostas por profissionais do Mapa, da Adaf, do Idaf/AC, da Idaron/RO, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade de Brasília (UnB) estão no município executando uma varredura completa na área considerada como de maior risco de detecção de possíveis novos focos da praga.
Atuação – O diretor-presidente da Adaf, Alexandre Araújo, ressalta que, desde o primeiro momento, quando foi informada sobre a suspeita do foco, a autarquia está atuando sobre a questão, em alinhamento com a Superintendência Federal da Agricultura no Amazonas (SFA/Mapa).
“Houve reuniões com a SFA, deslocamos um engenheiro agrônomo para o município de Guajará. Ele se integrou, juntamente com a equipe de Guajará, ao grupo que atua sobre o foco no Acre. Essa interação foi de suma importância, inclusive para capacitação de nossas equipes, para conhecimento da praga e verificação das medidas sanitárias que deverão ser tomadas para que possamos conter a praga no Acre e evitar a disseminação no Amazonas. Todas as medidas de controle de trânsito, de delimitação da área da praga, estão sendo feitas para evitar essa disseminação e assegurar a preservação do patrimônio agropecuário do Amazonas, que é a missão institucional da Adaf”, detalhou o gestor.
Alexandre Araújo ressalta que Guajará tem duas comunidades que se destacam pela produção de cacau de excelente qualidade, reconhecido nacional e internacionalmente. Por essa razão, o foco de monilíase no Acre tem causado grande preocupação, inclusive para a Prefeitura de Guajará, que não tem medido esforços no apoio às ações de prevenção à praga.
Sobre a monilíase – A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.
Mesmo durante a pandemia de Covid-19, as equipes de vigilância e educação fitossanitária relativas à praga permaneceram em campo. Em 2020 foram realizados 1.600 monitoramentos preventivos nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Pará, Bahia e Espírito Santo.
FOTOS: Divulgação/Adaf